A tarde era quase vulgar de tão linda, com os pássaros de espectadores, vendo o Pai-Sol dormir e deixar que se amassem nos cantos das vielas.
O grande Libertino caminhou entre as faces do caminho inconsciente e viu lá no fundinho da própria alma o rosto de Aurélia, generou-lhe o instante tão pitoresco que nem mesmo ele sabia dizer se tinha a completa razão de olhar com desdém tal forma perfeita.
Na insuficiência da suas palavras, arranhou alguns superlativos que nunca havia pronunciado. Ou impronunciáveis. Não ficou sequer um músculo imóvel, todos entraram na orquestra dançante do embaraço de Libertino, que fez papel de poeta pra tentar levar Aurélia pra cama, mas de nada adiantou só ela manejava o leme da dependência.
Ambos eram prostitutos da vida moderna que tiraria logo a frente as suas vidas, no mesmo instante. Para desfrutarem da volúpia com Afrodite de voyeur. (Shiu! Zeus não sabe.)
"Reflitamos"
terça-feira, 11 de março de 2008
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Rasgação de sedas

4 comentários:
O que lhe faz viajar tanto?
Adorei, só que lá no fundinho, alguma coisa me diz que você se rotulou de Zeus no texto... Não há nada no texto que faça entender isso, mas não sei explicar, acho que andei pegando um pouquinho ai onde você pega para escrever os textos.
Transformando personagens mulheres românticas"? Isso é coisa do Di... Quero dizer, do Machado.
Voyeurismo rules.
Perfeito o uso das palavras. Ativou minha imaginação.
Beijo!
Rebuscado e parnasiano esse amor.
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