sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mendigo orgulhoso em um hospital tenebroso

Estava deitado a espera daquela que o vinha visitar sempre, chorar em seu seio, a lágrima que teimava em ser sólita. Os dias já não mais corridos, pausados e refletidos, na agonia do desejo médico, com saias as enfermeiras o tiravam da castidade paralítica. Rodrigo saia de tempo em tempo, com o caminhar inexistente pelos corredores funestos do Hospital, trazia vez por outra uma lembrança. Na espera da garota que trazia sempre consigo belos olhos caridosos. Cobradores.
Dias correram, uma menina de curioso buscar, entrou em seu quarto e sentada no quanto olhou Rodrigo ter enlevos, que consentira em busca de atenção, a menina ateu-se, em passos curtos e descobertos chegou defronte a Rodrigo. Chegou perto de seu ouvido e falou baixinho as palavras de alento que o homem tivera de ouvir, depois, devagar, beijou-lhe a boca com a lascívia infantil que trazera. O homem sussurrou fraco e potente: "Se for pra ter amor, que eu morra antes", seu corpo o ouviu.
Morreu na frente da menina que sorriu na morte. "Se for pra fazer amar, que eu mate antes".

"Reflitamos"

sábado, 12 de abril de 2008

Estória de Israeis

Ele tinha um pouco de bafo e não conseguia pronunciar o "r", sua vida não era lá aquelas coisas, mas a naturalidade lhe trouxe o repúdio por outros. Fazer, de nada adianta chorar suas ausências, adianta é apontar as dos apontados. Natzi andava em uma vila pobre do subúrbio alemão, quando viu Dulcinéia conversando consigo. A vista não era tão ruim, descabelada, mas com pouca roupa roubou algum tempinho dos seus insignificantes; Seu avô era um bêbado que o gozava por ter um só macho, mas de nada atingia Natzi, garoto fiel ao seu pensamento. O de se matar. Mas cai lá, como pôde ele saber tais coisas e suprimi-las a ponto de não se matar, mas de chacinar a vida alheia. Divertira-se fazendo os outros inalarem as tais moléculas do veneno que estudou nos animomens. Ele tinha uma paixonite por Dulcinéia, mas fazer o quê?, a garota gostava de capadas.
A distração sentimental trouxe os tempos de glória, ouvindo Mozart gritou, pro primeiro que o passou, toda e qualquer vontade do coração. Sorte dele. Desapareceu na escuridão do quarto com o bafejar do parrudo na nuca; que depois de saciada constrangeu-se e saiu em disparada. Pronto, mas um que execrava-lhe os modos. Ele se encontrara com Lucíola, garota feia e bem chata, mas que não negava o xibiu a ninguém. Tomou-lhe as dores da feiura e acabou matando a coitada de raiva.
O Natzi então cresceu viveu mais alguns anos na década de trinta, com certezas e poucas dúvidas. Mas com a pior de todas: "Por que tenho menos machos?"

"Reflitamos"

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Injúrias de Ana

Então, pediu arrego ao Sol que respondeu-lhe ríspido e sem afago. Sem nenhuma medição. Deu pra ele o silêncio de presente. Colocou-se a coragem na frente dos seios grandes e soberbos, tomou-lhe nas mãos os artigos astronômicos e aventurou-se nas valas e vielas futuristas que procurou.
Xingou o Pai das Notas, injuriou o São João que foi seu muso. Foi ter com os reis o que tanto procurou nos plebeus; Sentou-se na primeira trepidação da rua, tanto a quis perto.
Entrou no trem, saiu logo à frente. Deixou dentro seu amor imaturo, tempos; se acostumou com a ausência inoportuna. Voltou ao mesmo vagão.
Viu defronte o mesmo amor, um pouco mais maduro com roxo no olhar e mãos coladas ao tórax, pela dor. Ao vê-lo derramou o sorriso no colo do visto, ele com ar de tímido deu resposta nas suas inteiras-palavras.
"Eu procurei você. Mas mais divertido era perceber que as mulheres são castas. Até que'u prove o contrário."
Nesse instante a porta se fechou e na outra parada o Amor disse as mesmas palavras, a mesma consciência, mas de outra mulher.

Rasgação de sedas

Rasgação de sedas