Não me deixe assim, sem palavras pra dizer ou qualquer gesto pra escolher. Aquelas mesmas, rasgadas ao saírem, sem eco ou até mesmo sôfregas. A aurora de mim destacada do coração, dilacerado este por desejar a incógnita a frente, abismo ou cachoeira. Desprezava-me, abaixava a fronte e dizia as mesmas, sempre, sem dente, sem lábios; com, mas secos.
De frente, adiante, exitando tudo e nenhum gesto meu, falando carícias e passando em mim as sérias. Serias tão digna. Inclinei o rosto, a música estridente do corpo em conflito, gemido.
Agora só cinzas, que nunca mais regozijariam da vida novamente. Fênix teve seu fim, lento e gostoso. O peixinho dourado com memória fotográfica. Olhou pra mim, sentiu mágoa até seu fim, minha feição de bom moço, de costas, e testa franzida ao virar para o aquário vastidão desconhecida do pobre nadador, que na cachola só meu pesar tinha.Vi meu amor chorar as lágrimas falsas que amei ver, a mentira me interessou e fiquei contente ao vê-lo.
Eu não sei dizer sem mim, por isso não sei escrever romance e se sei é só pra ganhar em troca a noite de alguém. Seja poesia, mas que seja concreta enquanto dure.
sexta-feira, 27 de junho de 2008
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Rasgação de sedas

7 comentários:
Eu estava lá no "momento-luz" deste texto.
Sem mais.
Acho que a vida em si é um romance. Procurei as palavras certas para comentar seu texto, mas não achei. Afinal, hoje estou em bastante conflito para discernir o que é certo e errado.
Promento um comentário bem melhor.
Ótimo texto!
Poesia concreta enquanto dura é sempre melhor do que a fugacidade fria dos romances cujo fim se inscreve ainda nas entrelinhas do prefácio.
Beijo, beijo ;)
O peixinho dourado com memória fotográfica. Olhou pra mim, sentiu mágoa até seu fim. E se eu fosse esse peixinho.. nadaria mais.. peixes não se afogam.. pq já estão afogados.. em amargura. e eu não sei por quê. mas não gostaria de ser um peixinho. eles parecem tristes e sorridentes. E acho que a única coisa que lhe restam.. é nadar nadar e nadar.. vamos nadar?
nem sempre acontece.
sei lá.
é assim mesmo.
o amor poderia ser um mito o-ò
na verdade; o amor de certa forma é um mito. é, definitivamente o amor virou um mito. mas acho que ele sempre foi. ok, o amor é um mito e por ser clichê; nada muda!
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