sábado, 19 de julho de 2008

Toda criança é inconveniente

Ela pulou do sofá, pensando não haver, ao tocá-lo, seus sonhos a deixaram. Tornou a subir no sofá, até o chão ceder, não cedeu. Então parou, estática na porta de vidro da varanda. Vendo os pássaros-maquinados cortando o seu, contra a brisa do chão. Pediu pro Sol a lembrança do rosto que não sabia ter. O mesmo pedido ao espelho que lhe retribui, em troca um sorriso sujo de leite.
São quatorze horas, seu pai foi comprar o almoço, enquanto ela pulava incessantemente, não sabia o porquê, mas falava ter ódio da terra. Quantos mais ela teria que saltar pra ser de fato completa, levava na cachola a obrigação destes. A inocente não parou em momento algum, até seu pai chegar. Com os pratos, em que se comiam com os olhos, sentou-se na sala de jantar, lambuzou-se com a macarronada trazida; Já jazida de toda a fartura foi ter com o mesmo Sol, que agora estava cabisbaixo. Fim de tarde ela o viu morrer na costa, onde ressurgiu como fênix, Lua.
Olhar fixado, pulou do abismo e caiu na estrada. Deixou bilhete: "Fui encontra-lo, deixei-me ir pelo Sol que me chamou."
Andou léguas, pulou as pedrinhas do caminho. Chegando na tal costa, encontrou: fitou a imensidão e ele com um sorriso na voz. Voltou caminhando, sem tirar o pé da terra batida, dizendo: "o amor não é o que procuro."

3 comentários:

André Cavalheiro disse...

Caliel andou sujando o sofa?
Caliel andou dizendo que está apaixonado?

Caliel TAMBÉM é um monstro ?!

Gostei do texto =]

Baunilha disse...

toda criança é um porre .-.
o amor é apenas o amor ;-;

Flávia disse...

O bom de ser criança é q se pode usar incoveniência como charme.

Sempre funciona ;)

Beijos!

Rasgação de sedas

Rasgação de sedas