Dera-me ser feliz por tempo limitado, sabendo seu fim e início, para saborear o seu meio. Minha tristeza é branda e permanente, por outro é felicidade, faço feliz aquele que tira de mim o meio que saboreio; eu fui a voz de algo bom, de algo que se quebrou, cedido ao agudo dos gritos. Veio de mim a vitória das palavras que não são ditas, que são, outrora, engasgadas pela mulher que tem os nossos corações, por não ter mais a quem. Aqui está o beijo que tanto quis de mim; buscai-vos. Nas ruas, procurado pelo caroneiro. Aquela mesma gestação do filho perdido. Em algum lugar eu encontrarei meus descendentes mortos. Onde a minha finita felicidade me deixou o canto de espera, atrás do mesmo prospecto da gota d'água. Fui comprar estórias, com as prateleiras abarrotadas, escolhi a dedo a que me aturdiu; por Deus.(!) Se alguém me tiver, que me oprima nas mãos de suas escolhas, nela deitarei todo meu escravo. Siga-me neste caminho onde a única certeza que terá é a tal da infelicidade, punida e brilhante aformidade. Não se tem noção de sua extensão, nem de sua (?). A minha é de superfície, dilatada pela profunda vontade de aprofundar as coisas. Eu procuro lugares onde achar o que não sei procurar, a criancinha que revoga seu bichinho sem levantar-se. Não tenho, porque minha vida foi tirada de mim; deixei-a no momento em que a primeira frase escapou.
- Tão somente a noção de que minha carta estava terminada e a vontade que sempre tive foi consumada: a minha morte descrita num pedaço de papel que meu amor procurava. -
sábado, 30 de agosto de 2008
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Rasgação de sedas

Um comentário:
nossa, faz tempo que não passo por aqui... e percebi isso logo que me deparei com textos tão ainda melhores!
"a mesma prosa do homem feliz" está genial, caio!
parabens.
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