sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Bernardo, caçador de coisas

Ele era um garotinho de meia-idade que tinha taras pelas tias e gostava de usar as primas. Ia no banheiro quando estava com vontade e sabia controlar a lascívia em seu coração, não queria nada mais do que apenas uma vez fazer o que os adultos gostam. Mesmo não sabendo o que era. Apenas tinha o vago devaneio de ser algo bom pra pele e pros pensamentos solitários. Aprendeu a tocar instrumento porque achava bonito, não pela melodia. Bernardo era compenetrado e, em demasia, superficial. Gostava de ler livros intelectuais para equilibrar seu desapreço por sua própria aparência. Corria atrás de meninas com aparência alternativa, mas não dispensava um pornozão clichê.
Ouvia Jazz quando entrava alguém que queria impressionar, ao sair deliciava-se com pagodes e funks infames.
Bernardo era bacana. Um cara descendente, que ouvia escárnios e só era lembrado pela burrices que fazia.
Pobre Bernardo, mais um de muitos.

Ah! Bernardo era um bom cozinheiro.


"Reflitamos"

Um comentário:

André Cavalheiro disse...

Bom, já comentei com você, excelente texto, fala sobre um tipo de adolescente que existe por ai, com certeza e o texto ficou excelente, repetindo pra dar enfase, sabe como é...

Abração

ps.: Não tomei nenhuma chibatada quando cheguei em casa ;)

Rasgação de sedas

Rasgação de sedas