sábado, 23 de fevereiro de 2008

Clichê dos surpresos

"Como pude?", eu sem todo aquele amor que dei, me senti sugado por uma coisa que vai além de minhas senhorias, até daquilo que não sou dono me é arrancado. Sê-lo é difícil, em notório. Por demais, retiraram-me os defeitos, triviais e ségridos. Depois de poucas horas me lamentando do furto, olhei bem nos olhos vazios - porém agora fartos - do assaltante que retrucou de forma imensurável, um regozijo pelos fatos da madrugada afanada.
Em meio a tudo, seu último ato angustiado, foi encarar-me com pena, satisfeito e embabecido pelo meu amor, tão somente, escondido. O navegante dos meus mares pensativos, agora não mais tinha o leme em seu poder, o medo se instalou no meu coração pela ausência. Então retorci-me diante aquilo e gritei um ruído quase silenciado pelo horror.
Por fim deixou-me indefeso no canto do hospício metafórico, que se chamou; antes de ir, me disse uma frase afável e egoísta, que por mal, endoideci de paixão. "Porque de pouco me fez, e de pouco serei, só por te fartar o bom.", disse minha última.
Foi-se, então, perdeu-se em meio toda aquela claridade e retrospecta, vagarosamente, caminhando com as pernas, não com a pressa.


"Reflitamos"

4 comentários:

André Cavalheiro disse...

"retiraram-me os defeitos, triviais e ségridos"
Eu li seu texto, me baseando nessa parte rsrs Porque eu estou com dificuldades de entender a mensagem, se não for a que eu entendi.

Se for a que eu entendi: belo texto, demonstrando a dificuldade de se chegar - ou pensar que chegou - o mais perto possível do "perfeito".

Sim, alguém colocou cocaína na minha mamadeira hoje.

Vitor Camargo de Melo disse...

Agradeço a atenção dispensada ao eu blog, e peço desculpa pela demora em retribuir a visita e os elogios. Acontece que sou mais enrolado quando estou de férias...

Texto muito bom. Análise psicológica metafórica... gostei.

Unknown disse...

mtu bom,

linguagem cada vai vez mais recheada de termos camuflando e criando mais expectativa pelo resultado.

Thaty disse...

Minininhu de liguagem perfeita... belo texto... e triste tb... bjos

Rasgação de sedas

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