Dirigindo à caminho de casa, Simão, pai de família e bom esposo, escondia de seus amados um costume condenável por sons, sentia-se sinestético. Ouvia ruídos do rádio, das palavras de seus acompanhantes e tudo aquilo fartava o vício imensurável, até o momento.
Conflito de carros. Rodas ao relento do ar, partes tão distintas agora se encontrando na dança da morte. O carro de Simão voa - o carro realiza seu sonho, quebra-se e morre feliz - ao olhar para o lado o homem vê sua prole dilacerada e sua mulher em posição profana, agora era ele e o som.
Os correspondentes ao acidente já não o saciavam, até que então percebe o corrosivo som do fogo que delimitaria sua vida, dificilmente gozou ao ouvir gritos de desespero.
Seu último momento. Esticou o braço como pode, aumentou o volume do rádio.Escutou e deixou de escutar...
"Reflitamos"
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
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Rasgação de sedas

3 comentários:
Obrigado pelos elogios. O seu blog é interessante, tem textos bastante introspectivos, para reflexão.
Abraços!
Triste, mas o modo que narrou a morte foi tão intensa, que torna-se agradável ler, fica até bonito, belo texto.
Morreu feliz. Ou não.
Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!
Cara, muito, muito bom esse!
Parabéns pelo texto. Mesmo.
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