Esse era alienado. Ricardo. Tinha vontades que ninguém entendia, queria ser encontrado na rua e - vai saber - reconhecido por algo que tenha feito, ou até não. Um dia destes, esses que a gente nem percebe que passa, ele estava andando na ruinha perto da sua casa quando, então, uma garotinha minúscula, comparando com seu ego, que inocentemente estartou a falar: - Olha, você não é aquele que fez algo de mais?
Aquilo o saciou, mas o próprio nem quis mostrar o que sentia. Depois dos instantes em silêncio o alienado responde indiferentemente: - Sim, sou eu mesmo. A menina arregalou os olhos e saiu correndo em direção da esquina mais próxima. Ricardo continuou andando, curtindo as palavras da singela garotinha na sua brasa mental, alimentando-a.
Lá na esquina, a menina encontra uma mulher, já senhora de experiência, que lhe estendeu a mão com alguns trocados, que de prontidão a sapeca aceitou e sumiu no horizonte.
Com Ricardo ainda em vista, a misteriosa sorria ao ver seu desejo cumprido, mesmo que comprado, os passos do rapaz a contentaram...
Por fim a senhora sentou no chão com pensar alienista e balbuciou qualquer coisa na esperança de achar outro doido pra fazer feliz.
"Reflitamos"
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Rasgação de sedas

2 comentários:
Peido desenfreado.
boa garoto, viajou nessa - melhor dizendo - em todas.
abrçss
Postar um comentário